6 PASSOS PARA GERENCIAR O CAIXA DE UMA EMPRESA EM DIFICULDADES FINANCEIRAS.-Série Gestão Financeira
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- 23 de jul. de 2022
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Atualizado: 11 de ago. de 2022
Toda empresa para sobreviver e se manter no mercado depende de diversas variáveis, tais como preço, qualidade do produto e serviço, produtividade de suas operações, marketing e vendas, impostos, relacionamento com o cliente, fornecedores, colaboradores e sócios, entre outros. Estas podem ser resumidas em duas grandes variáveis: lucro e caixa.
A primeira variável, LUCRO, é demonstrado no Demonstrativo de Resultados de Exercícios (DRE), enquanto a segunda variável, CAIXA é apresentada no Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). A DRE tem como referência o regime de competência, ou seja, sua alimentação ocorre conforme a data de emissão das notas fiscais de compras e vendas realizadas pela empresa e demais despesas como folha de pagamento, provisões, depreciações e investimentos (operacionais e financeiros). Já o DFC tem como base o regime de caixa, isto é, a data de vencimento destes mesmos processos citados anteriormente para a realização e operacionalização do negócio. Aqui são lançados todos os movimentos de recebimentos e pagamentos das operações do negócios, dos investimentos e das aplicações e captações de empréstimos e financiamentos realizados diariamente.
Assim, a empresa passa por diversas situações de crescimento de seus resultados (vendas, produção e lucros) onde a falta de organização, falta de planejamento e, descontrole financeiro leva a empresa a passar sérias dificuldades financeiras. Estas aumentam o risco de falência de todo o negócio causando desequilíbrios naquele ambiente na qual a empresa convive e exerce influência através da diminuição de emprego e renda, ou seja, da riqueza como um todo.
Situações como maior distância (menor sincronia) entre as datas de recebimentos e pagamentos, diminuição das vendas por falta de novas tecnologias e aumento de concorrência, captação de empréstimos para cobrir despesas de férias e 13o. salário e até mesmo para pagar empréstimos e financiamentos antigos contribuem para que a empresa entre em dificuldades ou aumente as dificuldades financeiras aumentando a pressão por resultados imediatos e de curto prazo. É neste momento que o empresário se pergunta: "o que fazer para resolver tais dificuldades?".
A primeira resposta é "olhar para o próprio umbigo", ou seja, reconhecer e admitir que existe "um buraco" nas finanças, uma crise financeira dentro da empresa e, a segunda é reconhecer que as decisões tomadas anteriormente foram as responsáveis pela situação atual.
Em cima desta situação de dificuldade financeira, a empresa necessita traçar novas ações para equilibrar suas finanças. Este equilíbrio financeiro de caixa deve ser realizado com planejamento de forma a organizar e controlar suas finanças. Este planejamento das ações de organização e controle de caixa são realizados em 6 (seis) passos orientados para gerenciar o caixa que está passando por dificuldades. Os 6 passos são:
1o. Passo: Criar um Comitê de Caixa. Aqui o objetivo é romper com o ciclo vicioso de desembolsos sem critérios e causar conscientização e responsabilidade por toda a empresa com o objetivo de estancar a crise;
2o. Passo: Projetar de forma consistente o fluxo diário de caixa conforme as necessidades e objetivos de caixa com foco em quais decisões devem ser tomadas que irão afetar a continuidade da empresa. O ciclo de projeção deve ser mínimo (5 dias, por exemplo);
3o. Passo: Priorizar os desembolsos para sobrevivência classificando os desembolsos em níveis de essencialidade da produção e comercialização de seus produtos e serviços com revisão diária da situação. Lembre-se: o caixa encontra-se em recuperação financeira, quaisquer descuido pode piorar sua situação;
4o. Passo: Compartilhar as informações entre as equipes que estão responsáveis pelas alocações de recursos financeiros conforme a essencialidade no caixa, ou seja, o objetivo é igualar as diferenças das hierarquias funcionais, onde a harmonia e consenso com o mínimo de conforto para todos os envolvidos nas novas decisões é a linha comportamental Todos os departamentos tem a mesma voz e medida;
5o. Passo: Reunir de forma frequente e periódica com foco na estabilização do caixa geral da empresa e conscientização dos gestores sobre o papel de cada departamento na geração e consumo desse caixa, para que todos percebam e visualizem o real nível de prioridade dos desembolsos de sua área na empresa como um todo. A maior quantidade de frequência de reuniões neste momento objetiva acelerar o processo de aprendizado e facilitar as decisões para o equilíbrio e solvência do caixa; e,
6o. Passo: Contratar profissional externo com experiência em dificuldades financeiras para conduzir as reuniões com o objetivo de reduzir e eliminar as diferenças e animosidades nos grupos departamentais que estão responsáveis pelo equilíbrio e solvência financeira da empresa.
Assim, como podemos observar este processo de (re)organização, planejamento e controle financeiro é um processo bastante complexo e demorado que requer paciência, consciência, determinação, habilidade e comprometimento de toda a organização para o sucesso do objetivo de recuperar o equilíbrio e a solvência do caixa da empresa e, respectivamente sua conservação no mercado trazendo novas experiências, soluções e oportunidades para o negócio propriamente dito e de suas partes envolvidas, respectivamente, mantendo o emprego e a renda de todos os seus integrantes que fazem a existência da organização.
#Organização #Planejamento #Controle Financeiro